
Ascensão das tecnologias inteligentes sem investimentos em cibersegurança é um risco
A crescente adoção de tecnologias inteligentes no setor de segurança eletrônica tem impulsionado inovações em ritmo acelerado. No entanto, essa transformação digital carrega consigo um alerta: sem investimentos proporcionais em cibersegurança, o avanço tecnológico pode abrir brechas perigosas para empresas e consumidores.
Não se trata de barrar a inovação, mas de garantir que ela seja implementada com responsabilidade. A cibersegurança precisa acompanhar, desde o início, o desenvolvimento de soluções baseadas em inteligência artificial, internet das coisas e dispositivos conectados. É esse o compromisso que a ABESE assume ao reforçar sua atuação nesse campo estratégico, criando ações concretas para fortalecer o ecossistema de segurança eletrônica com uma base digital mais resiliente.
Além disso, o cumprimento da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) tornou-se um fator inegociável para qualquer empresa que atua com coleta, armazenamento ou processamento de informações pessoais. As sanções previstas para quem não protege adequadamente os dados dos usuários demonstram que a privacidade e a segurança da informação não são mais apenas uma boa prática — são uma exigência legal e um pilar de reputação no mercado.
A Exposec 2025 será um reflexo dessa visão: maior feira de tecnologia e segurança da América Latina, o evento trará uma área dedicada exclusivamente à segurança cibernética. O objetivo é claro — destacar e fomentar iniciativas que combinem inovação e proteção de dados com responsabilidade.
O evento, que reúne mais de 800 marcas expositoras, nacionais e internacionais, e 55 mil profissionais visitantes, é um hub conexão, aprendizado, e a organização quer se certificar que tanto a IA, quanto a cibersegurança, protagonizem juntas as inovações do mercado. No entanto, isso não seria o suficiente. Em um mercado cada vez mais competitivo, é preciso respaldar o trabalho de empresas que já encaram com seriedade a tarefa de evoluir com segurança de dados.
Por isso, a ABESE entendeu que o Selo de Qualidade para a indústria emitido pela associação, precisava, desde já, incorporar novos critérios voltados para a cibersegurança. A iniciativa visa garantir maior proteção contra vulnerabilidades e ataques cibernéticos em dispositivos de segurança eletrônicos conectados, fortalecendo a confiabilidade dos produtos no mercado. Com isso, novos critérios foram somados, como medidas contra ataques remotos, processos seguros em armazenamento de dados e maior segurança em atualização de firmware.
Ainda assim, a cibersegurança é uma solução coletiva. É necessário e urgente que a indústria encare este desafio como uma oportunidade para desenvolver sistemas e equipamentos mais robustos. Outro ponto, é que cabe ao consumidor final se atentar - e cobrar - que a segurança cibernética seja considerada na tomada de decisão. A escolha entre preço e segurança não pode mais ser um dilema: é hora de tratar a cibersegurança como pré-requisito, não como diferencial.