Inteligência Artificial e o uso estratégico do Controle de Acesso

O controle de acesso não é apenas uma barreira — é uma etapa estratégica que decide quem entra e quem fica de fora. No entanto, reduzir a tecnologia à entrada e saída de pessoas é pensar dentro da caixa. A integração e o avanço dos recursos baseados em inteligência artificial somam inúmeras novas possibilidades aos sistemas de controle de acesso. É claro que a segurança (física e digital) segue como protagonista, mas áreas como hospitalidade, limpeza, recursos humanos e sustentabilidade também saem beneficiadas.

Antes de avançar, é necessário definir brevemente o que é o uso estratégico de qualquer solução. Estratégia é um termo que está ligado a determinado tempo e espaço, isso significa que a mesma estratégia não é adequada para todos os contextos. Na segurança eletrônica, este conceito está ligado a duas capacidades fundamentais: o domínio da tecnologia e a personalização, ambas necessárias para aproveitar ao máximo o potencial das novas tecnologias, sobretudo aquelas de plataforma aberta.

Pensando na Inteligência Artificial, profissionais da área podem usar soluções para identificar, prevenir e lidar com ameaças de forma muito mais eficiente. Os sistemas biométricos, que utilizam impressões digitais, escaneamento da íris e reconhecimento facial, são amplamente utilizados e podem ser combinados com algoritmos de análise comportamental por IA para identificar atividades incomuns ou suspeitas, como tentativas repetidas de acesso, por exemplo, mesmo que seja com uma credencial autorizada.

Imagine um grande hospital que guarda medicamentos essenciais para o tratamento de doentes graves, fórmulas que chegam a custar centenas de reais. O controle de acesso, neste caso, precisa fazer mais do que liberar ou impedir a entrada, um cartão de acesso não basta, a biometria agrega uma camada a mais de proteção, além disso, a análise comportamental pode identificar atitudes suspeitas, que geram alertas para que a Central de Segurança analise e tome decisões mais assertivas.

Agora pense no edifício de uma grande empresa, não é raro que uma das tarefas dos colaboradores noturnos seja fazer uma ronda por todos os andares verificando se ainda há alguém trabalhando, se apagaram as luzes e desligaram o ar-condicionado. Todavia, a tecnologia é capaz de verificar se todas as pessoas que entraram no prédio já saíram, uma vez que todas foram identificadas pelo controle de acesso - que possui informações ainda mais precisas, como o setor que trabalham, a sala que ocupam, os horários que normalmente entram e saem.  

Com a integração, é possível pensar em soluções que consigam fazer a gestão de salas e pessoas, assim como a gestão energética e de sustentabilidade, desligando a luz e o ar-condicionado de setores vazios, economizando na conta de energia e liberando o profissional de segurança para focar no que realmente importa, aquilo que só seres humanos podem fazer com maestria.

Ainda assim, nenhum desses exemplos se aproxima do potencial total do que a combinação entre recursos de inteligência artificial, qualificação técnica e integração podem alcançar em termos de soluções personalizadas. Posso, com certa tranquilidade, apontar que a criatividade dos profissionais de segurança eletrônica é o que vai ditar este potencial.

O fato é que caminhamos para um olhar cada vez mais holístico sobre as soluções, o que elas efetivamente fazem é tão importante quanto aquilo que elas podem realizar se combinadas com outros recursos.

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